segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Solidão, liberdade e as fases.

Dias atrás, vagando pelo Facebook, me deparei
com essa imagem:

Era sábado, estava chovendo e eu estava comendo um lanchinho, espatifada na cama, com as janelas fechadas, a minha série preferida passando. Vi essa imagem e fiquei me questionando. 

Abri a janela, acendi o cigarro. Olhei em minha volta, meus gatos no sofá da sala, e eu completamente sozinha. Bateu uma saudade ridícula de cada ex, de cada pedacinho de coisa boa que já tinha passado. Mas aí olhei a pilha de embalagens de petiscos e doces no chão, o cheiro de cigarro, as latas de cerveja de outro lado e meu cabelo hiper bagunçado. Affe, menina. Quem ia querer ficar dentro desse quarto a não ser você mesma? 

Talvez eu esteja vivendo a liberdade, fazendo o que quero e na hora que quero. Mas a solidão sempre te acompanha, não importa o quão bem resolvido é você! Porque ninguém consegue ser feliz sozinho ... O ser humano sente falta do carinho e da companhia. É de nossa natureza, instinto. Aprendemos, lá na época das cavernas que, se andássemos em grupos, teríamos mais chances de sobreviver ao frio, aos predadores, ao medo e a fome. 

Acontece que ainda há um outro porém, eu, por exemplo, privo muito meu espaço. Leia-se MEU ESPAÇO (rs). A vida me deu algumas responsabilidades desde pequena e já faz um tempo que moro sozinha, então a gente se acostuma, sabe? Quando moramos na casa de nossos pais, não temos responsabilidades. Não temos a preocupação com a conta da TV, da internet, da energia. Não temos preocupação em sempre ter um dinheiro de reserva guardado em casa pois nunca se sabe quando vai acabar o gás (o meu uso há mais de um ano rsrsr) ou quando seu disjuntor vai ferrar toda a energia da casa. Quando temos nosso próprio espaço temos obrigações. Às vezes fico limpando a casa até 2h da manhã em plena quinta só pra passar o final de semana livre de arrumação. Às vezes faço aos sábados, depois de ter coragem de sair da cama. Tem as compras no mercado. Tem os animais de estimação. Tem as roupas pra lavar. Tem os banheiros e as louças que não se lavam sozinhos. Então, às vezes é necessário tocar o foda-se e deixar a casa do avesso, a caixa de areia dos gatos sem limpar, a louça acumulada. E ai é que entra a liberdade. Meu espaço, minhas regras.

Uma hora você se acostuma e sempre tem as três fases. Quando se muda e vai viver a própria vida, você passa pela fase da putaria; sempre tem festas ou reuniões de amigos na sua casa porque você faz questão de mostrar pra todo mundo que você é foda e consequentemente, sabe que pode levar quem quiser pra sua casa. A segunda fase é a de negação à putaria. Você acorda uma hora e vê que não é aquilo que você quer, a maioria dos amigos somem porque eles estão na ativa ainda e você se pega nos finais de semana em casa, sozinha, chorando vendo os filmes da Bridget Jones (o último foi fantástico, chorei horrores) e comendo porcariadas, acha que ninguém gosta de você, ninguém te quer. Depois entra a fase do foda-se. Você não liga de estar sozinho em casa porque a única coisa que importa é seu sono sagrado. As responsabilidades chama, você automaticamente vive pensando nas provas da faculdade, no que fazer no emprego. começa a comprar roupas sociais (brincadeira, isso só acontece depois dos 30 rs). 

A questão de ser solitário é que faz parte. Se você tem uma psicológico saudável e uma maturidade emocional legal você consegue levar, até porque aquele velho ditado "antes só do que mal acompanhado" complementado pelo "estar com a pessoa errada é lembrar o dobro a falta da pessoa certa" é a mais pura verdade! Não quer dizer que você não surte às vezes. surtar faz bem pra alma. A verdade é que, para concluir a imagem, não existe liberdade sem solidão e vice e versa. Por que? Simples. A liberdade requer espaço para ser. 

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