sábado, 15 de outubro de 2016

Eram duas da tarde quando comecei a escrever.

Sábado, duas horas da tarde; mas parecia finzinho de tarde, pois o tempo fechou de uma hora para outra. Uma ventania de dar gosto e eu, só de pirraça, fui pra varanda enfrentar o vento. Meu cabelo e o vestido esvoaçavam, dançando no ritmo da força da natureza. Em questão de segundos despencou água do céu, de maneira que não dava mais para ver a cidade ao fundo.

Ahhh! Que tempo perfeito! Coloquei os gatos para dentro, fechei a casa e fui para minha mesa na cozinha; nada melhor que escrever olhando para a larga janela, vendo a chuva cair. Aqui, por ser alto, o vento assovia quando passa pela janela, dá uma sensação melancólica, mas boa.

Fiquei pensando na vida, na faculdade que fechei matrícula, nas responsabilidades e em tudo que me transformei. Já não era mais aquela menina que sonhava, até porque, a maioria dos meus sonhos eu consegui realizar; dentro do meu entendimento.

Sonhava em morar em um apartamento, com uma varandinha e ali, seria meu lugarzinho para inspirações; ter um gato, uma cafeteira. Não mudou muito, moro em uma puta casa grande, com uma varanda enorme; tive sete gatos, agora só três. Minha cafeteira é simples, mas faz um café com muito amor. Porém, morar só não é tão glorioso quanto eu imaginava quando criança ... há momentos e momentos ....

Partindo pelo lado dos prós, depois de algum tempo morando sozinha, a fornicação cessa. Sim, quem mora só, a primeira momento, transforma sua casa em um antro de putaria. Sem clichês; festas, churrascos, bebidas, e muitas pessoas. Acordei um dia com uma pessoa na minha cama e parei pra pensar; que diabos eu estava fazendo? Tive nojo. 

Aí vem a fase do auto conhecimento, meio que obrigatório; você passa tanto tempo com você mesmo que começa a se conhecer plenamente. Cheguei a conclusão de que eu estava a tanto tempo sozinha, sem relacionamento, porque eu simplesmente não suporto contato humano. Tá, deixa eu explicar. Não sou um bicho do mato, mas não vejo nada de interessante em uma pessoa que não sabe conversar.

Pessoas interessantes tem seus mistérios, sabem conversar de tudo um pouco e quando surge um assunto que não sabem, fazem questão de pedir para ouvir mais. Pessoas interessantes não ligam de sentar em um boteco qualquer, beber uma cerveja barata, só para ter o prazer de ver a sua volta. Pessoas interessantes são raras. É que nem aquele texto da Tati Bernardi, que diz que as pessoas interessantes estão em casa. Tá, mas o que fazemos para conhecê-las? Não sei. 

Algumas pessoas apostam em redes sociais e eu mesma já apostei muito nisso. Conheci várias pessoas, amei alguns por semanas, por meses, alguns por apenas um dia. Em redes sociais é muito fácil pintar um perfil legal, difícil é manter. Mas agora não uso mais, até porque preciso parar com a mania libriana de colecionar pessoas. Sim, sou libriana nata, mas é algo perturbador, não sei escolher, então porque não experimentar alguns? hahaha

Ultimamente tenho preferido pessoas de algumas quilometragens a mais, que é para não ter encheção de saco; mas quando a carência bate? O que fazer? Suspirar fundo e continuar agarrada ao cobertor, né, quem mandou ser complexa? Libriana com ascendente em Áries e lua em Peixes. Quem mandou nascer naquela hora? Não que isso importe, levo comigo um pensamento que diz assim: cada um é cada um e uma pessoa se transforma a cada ideia que lhe é colocada na cabeça. 

Mas enfim, parou de chover, ainda tá ventando muito. Vou contemplar o céu cinza e fumar na varanda. O gato branco ta lá já. Miando, como se estivesse a desafiar o invisível. Amo.







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