segunda-feira, 14 de março de 2016

Quando nossas profecias se concretizam

Numa seção de nostalgia total, me deparei com uma música do Simple Plan, banda canadense que ganhou destaque no começo dos anos 2000, a Wlecome To My Life. Parei pra pensar na época em que eu cantava essa música, aos berros, com o som no volume no máximo. Reparei que eu ainda sabia a letra inteira, apesar de estar em inglês, que eu não domino. E escutei uma atrás da outra, fui relembrando cada pedacinho das músicas e fiquei surpresa, não tenho boa memória.
Naquela época eu achava que sabia de tudo, que podia fazer tudo. Há dez anos atrás eu queria ser independente. Há dez anos atrás, eu queria fazer tudo sozinha, inclusive, viver sozinha. Achava as pessoas idiotas, elas não me entendiam, então porque eu queria tê-las por perto? Perdi meu grande amor, há dez anos atrás. Eu achava que eu nunca mais ia amar ninguém. 
Se passaram dez anos e as coisas mudaram de uma forma surpreendente. Não defendo mais as ideias do socialismo (sim, pasmem, eu defendia!), já fui casada, já perdi uma filha, já trabalhei em todos os setores imaginados tentando ter uma vida digna, já namorei, divorciei, traí, fui traída, enchi a cara, dei trabalho, comecei a fumar, vivi alguns meses de aventuras casuais, bem intensas. 
Hoje, dez anos depois de Simple Plan, com apenas 22 anos de idade, sou empresária, tenho uma casa para sustentar, tento me controlar para ser uma boa namorada, acordo cedo para cuidar dos negócios, durmo tarde para ler e escrever, que são minhas paixões. Dez anos depois e eu acho que tenho orgulho de mim.
Me imaginava em um apartamento, tomando café pela manhã, fumando meus cigarros, com meu gatinho de estimação e vivendo de escrever. Engraçado como as coisas vão acontecendo. Moro sozinha, não em um apartamento, mas em uma casa muito bonita e com varandas enormes, tenho gato, 4 gatos. Ainda não vivo de escrever, mas já estou no caminho. 
E agora, a noite, com a casa mergulhada na escuridão, com meus quatro gatos cada um em uma parte da minha poltrona, eu posso dizer: tenho orgulho do que eu me tornei, e do que eu vou me tornar. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário