quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O que aprendi em um final de semana prolongado de carnaval.

Nossa vida pode mudar em questão de horas. Basta uma pessoa aparecer ou algo acontecer. Eu estava muito bem, profissionalmente crescendo, emocionalmente em paz. Todos nós temos nossas preferências em relação a pessoa que estará ao nosso lado, e quanto a isso eu estava bem, não estava apaixonada, mas tinha conhecido alguém legal. Alguém que me daria total suporte emocional para seguir meus novos passos, de seguir meu sonho que é trabalhar com fotografia e palavras. Pois, veja bem, eu estava bem, estava estável. Mas eu me conheço,sou instável. O desejo por mudanças sempre me consome, talvez por não ter encontrado algo que realmente me satisfaça.

Mas, aprendi, em uma terça feira qualquer, a dar chances. A me dar uma chance de conhecer algo que, antes tabu em minha imaginação, hoje é motivo deste texto. E não é que eu gostei, rapá? Enquanto eu valorizava algo que eu achava superior à mim, que era uma aventura rumo ao mistério, naquela terça feira, me aventurei pelo que realmente eu não conhecia. E foi totalmente novo pois, aprendi muito. Aprendi que não dar uma chance a alguém por simples preconceito, mesmo que camuflado de "preferências pessoais", era a maior falta de imaginação. Fiquei tão focada no "nunca vai dar certo, mundos diferentes, cabeças diferentes", que agora me pego a pensar o quanto idiota fui de não ter tentado antes.

Relacionamentos são complicados, desde sempre e sempre será, não há uma fórmula mágica e amor não vem com manual de instruções. O que é ótimo, da para se reinventar, não é mesmo? E eu, que me achava tão madura por ter passado por várias experiências, fui pega por uma curiosidade imensa em aceitar um convite para tomar sorvete. Sim, me senti uma adolescente novamente, embora eu ainda seja, já passei da fase de escolher amores. Me senti viva, a quanto tempo não fazia algo tão simples e tão bom! 

Eu estava sempre tentando impressionar, e agora eu estou do outro lado. Não preciso ler vários livros antes conhecer uma pessoa, porque nossa conversa é doce, falamos de nós, de nossas experiencias. Não preciso ler uma cartilha de vinhos e fingir que conheço quase todos, porque o importante para nós é estarmos juntos. 

É estranho, confesso, está totalmente fora do que já vivi. Talvez dê certo, talvez não, mas só de ter visto seu sorriso nervoso, por finalmente estar ali, comigo, já valeu a pena. Eu sempre fiquei nervosa. Dessa vez me senti do outro lado. Pude ver que a tensão é vista e sentida apenas no olhar. E eu quis rir, pegar na sua mão e dizer que estava tudo bem, que eu era uma pessoa normal, uma garota qualquer. Deixei de ser mulher aquela noite para ser a garota que foi tomar sorvete na praça. 

E eu amei isso.


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